O preço da falta de bem-estar no trabalho
O ritmo de vida acelerado é uma tendência global que veio para ficar. Motivada sobretudo pela evolução tecnológica, esta mudança não trouxe apenas vantagens, interferindo cada vez mais no bem-estar da população mundial. Consequentemente, as pessoas praticam cada vez menos exercício físico, têm cada vez menos horas de lazer e levam, no geral, uma vida mais sedentária. Todos estes fatores têm um impacto real na saúde, elevando o risco de burnout, entre muitas outras doenças.
O burnout é uma síndrome associada a um elevado grau de cansaço físico, mental e emocional, significando mesmo “queimar até à exaustão”. Esta é multifatorial e pode ter várias causas, porém está geralmente relacionada com um contexto profissional demasiado exigente, sendo conhecida como a síndrome do esgotamento profissional e integrando a Classificação Internacional de doenças da Organização Mundial da Saúde (OMS) desde 2019.
Este é um dos maiores problemas que as organizações enfrentam na sociedade atual, estando associado às mais diversas profissões e setores. Em Portugal, estima-se que 17,3% dos trabalhadores estão em burnout, segundo um estudo da Associação de Psicologia da Saúde Ocupacional, de 2016.
Na maioria dos casos, esta síndrome encontra-se associada a longas jornadas de trabalho, alta competitividade, sobrecarga de tarefas e elevada exigência, resultando de um contexto de stress crónico.
Os sintomas mais comuns, identificados pela OMS, são:
- Cansaço constante;
- Desmotivação;
- Alterações de humor (tristeza, apatia, irritabilidade), apetite e sono;
- Dores de cabeça, lombares e/ou barriga;
- Sentimento de fracasso;
- Baixa produtividade;
- Isolamento social.
Neste sentido, é essencial que as organizações promovam um ambiente saudável e o bem-estar nos/as seus/uas colaboradores/as. A aposta em medidas destas diminui significativamente os gastos com saúde, conduzindo a uma clara melhoria do bem-estar físico e mental dos/as colaboradores/as, assim como a um aumento da produtividade.